sábado, 28 de janeiro de 2012

Com Afinco

Fazia tempo qu'eu não me sentia poeta, não tinha a alma inundada de palavras-sentimentos, dessas que a gente não sabe bem o tamanho e só pondo mesmo no papel pra descobrir a dimensão e o movimento delas. Esse regurgitar de palavras talvez seja a tentativa -quase sempre frustrada - de fazer o coração pulsar de novo. É que ultimamente tenho guardado minhas energias pros olhos, pras mãos, e pra outras formas de expressão humana (ou não) e deixado o coração de lado, quietinho, esperando uma oportunidade pra imergir, inundar-se e encher-me a alma de gérberas, hortências, gerânios e rosas. Dessa vez eu senti que brotou sufocada por ervas uma só flor, tímida, quase egoísta, etílica e de beleza discutível: o cravo. Cravei.
Dói, a gente chora, mas até a alma que é oclusa grita: Vai, Paulo, que agora é tempo de ser feliz.

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