quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Carta pública para um amor anônimo


Que sorte que a gente tem, meu bem!  Um brinde ao Universo que conspira a favor desse nosso amor-telepático, não apático, de maré.  Me perdoa, porém, se não pareço arrojado com esse texto forjado de rimas estrambóticas. Pode ser talvez uma tentativa de calar esse xodó, para afastar esse ebó que quer nos desencorajar. Não temo, pois não há de embaraçar nosso amor-asselvajado. E essa flama, que queima pra gente, é a bandeira qu’eu levanto todos os dias pra jurar diante do imenso-azul-céu, que eu quero viver-morrer de amor e de amar, o mar, o ar, você.
Se Deus existe – ou não, pouco importa, mas por via das dúvidas vou agradecer todas as noites às entidades-orixás-planetas que regem essa nossa caminhada, por terem cruzado meu caminho no teu, minha boca na tua, meu olho na rua – bem quando cê tava passando.

Depois das juras, votos e dos descabelamentos só me resta um pedido-sentimento: pega na minha mão e nunca mais me solta?

sábado, 10 de novembro de 2012

Era hora

(A chuva é a paisagem dos meus dias. A umidade ameniza o calor. Achei que tava na hora de voltar.)


Hiato do ato
Deste ato que não é meu
Ou sou eu
Que não sou dele
Mas é fato que só através deste ato
Num grito escarlate
(desses de cinema, de intensa paixão)
Pode traduzir no papel
O brado do coração.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Com Afinco

Fazia tempo qu'eu não me sentia poeta, não tinha a alma inundada de palavras-sentimentos, dessas que a gente não sabe bem o tamanho e só pondo mesmo no papel pra descobrir a dimensão e o movimento delas. Esse regurgitar de palavras talvez seja a tentativa -quase sempre frustrada - de fazer o coração pulsar de novo. É que ultimamente tenho guardado minhas energias pros olhos, pras mãos, e pra outras formas de expressão humana (ou não) e deixado o coração de lado, quietinho, esperando uma oportunidade pra imergir, inundar-se e encher-me a alma de gérberas, hortências, gerânios e rosas. Dessa vez eu senti que brotou sufocada por ervas uma só flor, tímida, quase egoísta, etílica e de beleza discutível: o cravo. Cravei.
Dói, a gente chora, mas até a alma que é oclusa grita: Vai, Paulo, que agora é tempo de ser feliz.

sábado, 29 de outubro de 2011

Um Passo


Hoje foi um passo. Só mais um na busca de me sentir íntegro, parte de um todo, sendo um só. Passo de coragem pro coração falar mais alto e a alma brilhar feito constelação. Céu da minh'alma, lágrima, sal da minha pele. Me senti um.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Setembro

Eu fiquei o mês todo com um só pensamento na cabeça: Setembro é um respiro.

domingo, 28 de agosto de 2011

Os quereres de domingo


As manhãs de domingo são sempre as mesmas. E, eu descobri que eu gosto muito mesmo delas. A gente acorda meio mareado, com uma ressaca espontânea do sábado, encoberto d'uma preguiça boa, dessas de ficar em casa vendo o domingo correr diante dos olhos. A vida ganha uma cor bonita de manhã-verdinha-de-mar. Tô com um querer de fazer uma horta, e fazer uma salada colorida. Escutar música no quintal, de domingo, também tem um gostinho diferente. Novos e velhos baianos, Marisa, Chico, Marcelos, Mallu e Tulipa, estiveram comigo hoje. E também os pássaros, de papel e de verdade, e as flores vermelhinhas. E viva as epifanias dominicais!

terça-feira, 12 de julho de 2011