segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Versos de Desamor

Passa rápido, passa tempo
O ruído que é constante
O barulho - dissonante
Não se cala, nem chovendo

Sempre com gente passando
Não importa hora do dia
Faz presente a correria
Com a tarde já beirando

Embora eu me acostume
Com tamanha confusão
Minha cabeça em oclusão
Fica negra em betume

Mesmo se não acostumasse
Por pouco acaba sendo
Pois a casa é de arrendo
Foi mamãe que o jurasse

Tal policitação se desrespeita
É de praxe que acredite
Também que se contradite
Da promessa um dia feita

E foi o que aconteceu
Já devia ter acabado
Pois o que antes foi jurado
Realmente pereceu

Inicialmente eram três meses
Já se foram mais de cinco
Bem humorado inda brinco:
“meu relógio é de chineses”

Agora, fico eu na espera
De que o relógio funcione
E que o tempo ele acione
A esperança aqui impera!

Enquanto nada acontece
A balbúrdia continua
Uma mulher seminua
Na sarjeta anoitece

Termina aqui o meu clamor
Na tentativa de silenciar
E o distúrbio aqui calar
Nestes versos de desamor

Dado por findo o poema
Seguem as considerações finais
Os agradecimentos, os avais
Os descabelamentos e um dilema

O papel já amarelece
Mas as palavras estão a defluir
Portanto, me resta concluir:
“Cada um tem o ópio que merece!”

2 comentários: